segunda-feira, 30 de maio de 2011

7º- Oficina Temática: inter-relação entre gêneros Data: 11.05.2011 Cidade: Dourados Local: CDRH

Onde está o rato?

Começamos nossos trabalhos nesta manhã fazendo a pergunta que se encontrava em uma atividade que poderia ser aplicada com os alunos. Através dela percebemos o quanto nosso foco geralmente centraliza-se em limites, não expande, não olha ao redor, o todo.
Com este olhar, fizemos uma analogia com os textos multimodais e até com os escritos, pois inúmeras são as vezes que limitamos as interpretações que fazemos dos mesmos.
Logo após, partimos para a leitura de dois textos que nos serviram de reflexão: um sem título e autor e outro sendo apenas um trecho extraído do livro Conversas sobre Educação, de Rubem Alves.
Através do texto de Rubem Alves, pensamos sobre o poder dos sonhos e da inteligência na Educação quando se deseja formar um povo, em especial do quanto os dois elementos são importantes em nossa caminhada, seja enquanto professor e/ou enquanto aluno.
O outro texto nos possibilitou reflexões sobre o fato de termos escolhido trabalhar com a Educação e de que nesta profissão precisamos não apenas informar milhares de "conhecimentos" aos alunos, mas mais ainda formá-los tanto para o universo do saber quanto para todas as demais áreas da vida.
Seguindo nesta linha de pensamento, abri espaço para cada professora relatar como foi a escolha em trabalhar na área da Educação e que nos contassem  o porque dela, quem a influenciou e em especial a pergunta mais direcionada: por que fez o curso de Letras?.
É sempre interessante ouvir histórias que em algum novo parágrafo se entrelaça como o nosso, se relacionam de tal forma que até parecem ser nossa. Foi esta a conclusão que fiz ao ouvir as professoras fazerem um retrospecto sobre a profissão em que estão trabalhando.
Surgiram inúmeros motivos: a família de professores exerceu forte influência na escolha, algumas queriam um emprego melhor e que tivessem menos serviço - perceberam com o pé na sala de aula que isto é uma falsa ideia-,falta de oportunidade de fazer outro curso universitário, oportunidade de ir pra outra cidade para estudar e festar, ter um curso superior independente de qual fosse, um sonho desde criança, o fato de gostar muito de ler e escrever desde muito nova, fora muitas outras histórias.
Entretanto, sejam por quais caminhos chegaram até a Educação, o que todas demostraram nas diversas falas é a de que depois que começaram ou a fazer o curso universitário ou de iniciar o ofício em sala de aula,  conseguiram se apaixonar pelo que fazem.
Logicamente que veem todas as dificuldades latentes em sala de aula, todavia têm se empenhado dia-a-dia, a cada nova etapa procuram ser mais responsáveis, ainda que tenham chegado até os portões da escola por caminhos não tão desejados ou como dizem muito "por caminhos tortos".
É justamente sobre isto que o texto vem nos fazer pensar: o quanto somos responsáveis quando passamos a trabalhar com a Educação.
Como não havíamos trabalhado na oficina anterior os conceitos de intertextualidade, transposição de gênero, retextualização e intergenericidade o fizemos neste encontro, fora outros elementos constantes na Unidade 12.
Foi um momento muito produtivo, em especial, sobre intertextualidade.
Para reforçar o que a TP traz sobre o conteúdo, entreguei às professoras mais duas opostilas, uma que retirei da internet e outra do material do Anglo ( 2002), que julgo de fácil compreensão e com uma linguagem adequada até para ser trabalhada com os alunos, visto que os livros didáticos tratam muito pouco sobre a questão, quando tratam, são bem superficiais.
Para praticarmos um pouco sobre intertextualidade e refletirmos o quanto é inerente ao conteúdo nosso vasto conhecimento de mundo, entreguei-lhes várias propagandas com intertextualidade e pedi para que as localizassem, fizessem a ligação e oralmente apresentassem à turma as descobertas.
A atividade foi bem propícia, pois as próprias professoras puderam perceber o quanto precisam apurar o olhar para reconhecê-las em um texto, além de relacioná-las com o texto/obra primária. Sendo assim, conseguiram avaliar também o quanto tal atividade ao aluno se torna difícil, visto que ele tem menos conhecimentos ainda.
      




























Lemos também o texto Chapeuzinho vermelho de raiva, de Mário Prata, através dele comentamos os conteúdos abordados na TP, além da criatividade, modernidade presente (ora atrasada se analisarmos os dias de hoje), preservação do meio ambiente, variação linguística temporal, o consumo de produtos industrializados, fora outras questões que podem ser desenvolvidas.    

sexta-feira, 20 de maio de 2011

6º- Oficina Temática: Tipos Textuais Data: 27.04.2011 Cidade: Dourados Local: CDRH

Como estávamos em final de bimestre, vendo em números o resultado de um bimestre de trabalho, objetivos pensados, uns não alcançados e outros realizados, caiu como uma luva os textos iniciais que lemos e usamos como reflexão.
Os textos "A marca do giz" , de Roger Von Oech, " Professor, diz-me por quê?", de Cecília Meirelles e um outro, sendo apenas um trecho, de Gilberto Dimenstein possibilitaram reflexões sobre os motivos que levam alguns alunos a serem, em especial, a partir do 6º- até o término do Ensino Médio, tão inertes, apáticos, sem interesse e vontade de aprender, dialogar, questionar, interagir, fazer apresentações orais, trabalhar - verdadeiramente em grupo - durante as aulas.
Todos estes pontos de interrogação intensificaram-se mais ainda  porque estávamos em mãos com os resultados não tão satisfatórios de um tempo de trabalho.
Na contra-mão do caminho acima descrito, pensamos na diferença que é quando o aluno está nos anos iniciais, pois geralmente nesta fase tudo para eles é mágico, interessante, criativo, instigador.
Deixo a vocês, que lerem este relato, a mesma pergunta que me faço em quase todas as aulas: por que nossos alunos, em grande maioria, estão em processo de sono e pouco acordam para as aulas????
Se souberem uma resposta, ou um ou o caminho a seguir que mude todo este panorama ou que pelo menos melhore, diga-nos, pois creio ser esta a chave para novos rumos educacionais, mas de uma educação que de fato tenham participantes que sejam críticos, participativos e construtores de conhecimentos.
Seguidamente fizemos a discussão sobre os tipos textuais- sequência tipológica -:
. descrição e narração;
. injuntivo e preditivo;
. dissertativo ( expositivo, argumentativo).
 Não houve muitos questionamentos com relação ao tópico tipo textual, a não ser sobre o injuntivo e o preditivo, mas também nada muito intenso.
Na verdade, a discussão maior estabeleceu-se no fato de estes já nos serem familiares, entretanto hoje aparecem com novas abordagens. Por exemplo, se lermos o livro de Apocalipse da Bíblia poderemos pensar no tipo preditivo, enquanto que os bilhetes enviados pela Secretaria da Escola dirigindo-se aos pais - fazendo uso do vocativo- são exemplos de sequência injuntiva.
Com estávamos dialogando sobre sequências, levei às professoras alguns exemplos de redações pedidas por algumas universidades e faculdades em vestilubares. Com tal material em mãos, percebemos o quanto os exemplares estão totalmente distantes dos estudos e propostas atuais que giram em torno de se produzir um gênero específico e sempre a partir de uma situação de produção - situação sociocomunicativa - .
Diante desse quadro, a reflexão que fazemos é que ainda há muito a se construir, a colocar em prática, mas especialmente a estudar. 
Tínhamos mais proposta de trabalho para a oficina, se tratava da Unidade 12 e devidas seções, entretanto, a grande maioria das professoras estavam atarefadíssimas com término de bimestre: conselho de classe, correções de avaliações bimestrais, fechamento de notas e diários de classe para fazer. Por tais motivos, diante de tal carga de trabalho, não leram a unidade mencionada, sendo assim, achei por bem fazermos o estudo e atividades referentes a ela na próxima oficina, caso contrário não haveria socialização, só um caminho de mão única feito por mim em direção às cursitas.
Finalizando, algumas professoras fizeram socialização do Avançando na Prática, referente às Unidades 9 e 10, aplicado nas devidas turmas. 
Sílvia fez a apresentação, muito criativa e plástica, diga-se de passagem, do cartaz contendo a atividade retratando o que os alunos viam em seus colegas de qualidades e defeitos , após a leitura e discussão sobre o texto que contava a história de Chuck. Patrícia na mesma proposta disse que os alunos se "entregaram" nos adjetivos, Eliane também foi bem feliz na atividade proposta, além desta fez outra relacionada a projetos já desenvolvidos na escola em que leciona  e Aulenita que aplica a atividade em uma sala de 4º- ano não teve dificuldades, pois todos os alunos sabem ler e escrever com propriedade, então sairam-se bem. 
Angela estava um pouco aflita, pois poucos alunos participaram da atividade do Avançando na Prática; registro que a realidade da turma da professora é bem distinta, visto que leciona em escola indígema.
Patrícia, através da atividade, conseguiu refletir muito bem sobre o quanto o professor de todos os anos precisa estar atentos à realidade de cada aluno, vendo-o como um ser humana completo e que precisa ser "enchergado" para então ser aceito e entendido. Com a atividade aplicada, teve a chance de ver em um aluno, em especial, um adolescente que carece de ajuda e que talvez, por não ter, se rebela.
Com os relatos orais, o objetivo da troca de experiências se cumpriu, qual seja: o de ver como cada professora propos a atividade e de como conseguiu refletir sobre a prática e postura enquanto profissional da área, no relato reflexivo.
Neste momento, algumas professoras perceberam que precisam avançar nos registros a fim de melhorá-los para não ficarem apenas com um relato descritivo.










sexta-feira, 6 de maio de 2011

3º- TEXTO REFLEXIVO

Um fio puxa o outro. Um texto lembra outros.

Quando o assunto é intertextualidade nossa mente, imaginação e criatividade passeiam por recantos  "escondidos" e pelos mais diferentes que possamos imaginar. 
Através dela fazemos uma maravilhosa leitura que nos permite explorar todo o conhecimento de mundo que temos armazenado em nossa mente.  Em tal viagem quanto mais sabemos, vemos, lemos e ouvimos, mais a nossa visão das coisas se relacionam, então nasce naturalmente a  intertextualidade.
Quando o assunto é intertextualidade, a primícia que se destaca e que deve ser colocada em destaque é o diálogo entre os textos e que pode se dar nas mais diversas áreas do conhecimento.
Entretanto, para que o leitor/ouvinte/expectador/telespectador veja tal entrelaçamento é requisito básico que o mesmo tenha todos os conhecimentos relacionados bem nitidamente na cabeça. Assim conseguirá identificar e reconhecer as remissões de uma obra a outra.










De posse de tais habilidades, quem se ver diante destas situações  conseguirá também compará-las, e a posteriore, destacar as semelhanças e as diferenças.
Além das habilidades destacadas acima terá condições de relacionar, interligar, extrair o sentido da frase, do tema, do título ou imagem da fonte original com a nova proposta.
Há que se destacar também o fato de que a intertextualidade traz em si algumas funções, sendo elas:
. a de persuadir o leitor/ouvinte, usando para tanto a mensagem do texto que é fonte de intertextualidade no novo texto;
. a de difundir as várias formas de cultura, visto que a intertextualidade relaciona-se muito com a Arte ( pintura, escultura, literatura, música, novela, filme...).
. a de afirmar as mesmas ideias contidas na obra mencionada ( texto primitivo) de forma implícita ou explícita;
. a de constestá-las e
. a de alterar no novo texto o sentido principal do original.
Para que estas funções de fato se materializem, é necessário que o conhecimento de mundo seja compartilhado entre os interlocutores, ou seja, tanto entre o produtor  quanto ao receptor de texto.
Como se percebe, é possível trabalhar, desenvolver o tema caminhando por trilhas bem distinas.  
Fora as funções da intertextualidade, há também que perceber que toda e qualquer referência, neste campo, acontece ou de forma explícita ou implícita.
Além de todas estas nuances no campo intertextual, é possível ainda pensar no assunto, mas levando pra outra vertente que é de transposição de gêneros.
Sobre este tópico farei reflexão em outro momento.